quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A profecia

Nota : Esta é uma redação que tinha como proposta usar algumas palavras, aí surgiu a idéia que vocês verão em "A profecia" ...
Usei um personagem que criei para uma história (que pretendo transformar em livro, um dia...).
Esse personagem começará como o cliente de um sábio, se tornando após um longo tempo, o "Guininvaldus", personagem secundário do texto abaixo :P
Vejam o que acham:
OBS: Semana de prova é horrivel...desculpem não postar há quase um semana. Temo que só poderei escrever novamente segunda-feira. Mas até então, saibam que 'em espírito' não terei abandonado este blog.
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A profecia
Maria, mãe solteira de três filhos, andava um tanto perdida nesses últimos dias a respetio do significado de sua vida.
É triste pensar, mas nossa personagem principal não via futuro para seus filhos e muito menos para ela própria.
"A vida não é bela. Por que viver? Apenas para assistir de camarote seus filhos seguirem o mesmo tortuoso e inevitável caminho de sua mãe?"
Certa manhã, foi como se o destino em pessoa, com traje de gala, quisesse dar uma mãozinha a Maria.
"O Profeta Guininvaldus", dizia em letras garrafais o folheto que voou às mãos dela, "Ele prevê e concede respostas às perguntas mais inusitadas. A primeira consulta é gratuíta. Ligue para 6660-1711 e marque um horário.
Maria não hesitou. Atravessou sete quadras e foi à casa de sua prima, Letícia.
- Letícia! LETÍCIA! Por favor, abra a porta!
- Calma, já vou indo- disse uma voz afobada.
- Oi, Maria querida, há quanto tempo!- disse Letícia abrindo a porta.
- Eu sei. Também sei que vai parecer loucura, mas posso usar o seu telefone?- perguntou Maria segurando o misterioso folheto amarelo com as duas mãos.
- Claro, entra- disse abrindo a porta- A propósito, para quem vai ligar?
- Guininvaldus- disse Maria, apressando- se a pegar o telefone na mesinha.
- Nossa, prima...Tá namorando e nem para me contar. Mas também, você nunca mais veio aqui em casa...
- Ele não é...nada meu. É um profeta- disse Maria, dando o folheto à Letícia, que o analisou desconfiada- 6660-1711, lá vamos nós!- disse apertando os números com força no telefone.
- Você está louca?- indagou a prima.
- Pára de discutir, está chamando...Bom dia, meu nome é...- começou Maria.
- Eu sei quem você é- falou Guininvaldus.
- Mas...
- Eu previ este encontro. Venha me visitar, Maria, hoje, às 20 horas, na Rua Sensal, 443.
- Espere!- começou Maria, mas o profeta já havia desligado o telefone.
- Foi engano, Maria? - indagou Letícia.
- Não, vou me encontrar com ele hoje à noite - falou Maria sorridente.
- O.K., mas veja lá onde vai se meter. Não quero recolher suas cinzas...Ainda.
- Há- há, engraçadinha. Até mais!
Maria voltou outra pessoa para casa. Havia uma luz no fim do túnel! Guininvaldus consertaria sua vida...
Eram nove horas, tinha certeza que seus filhos estavam dormindo.
- Aonde você foi?- perguntou Henrique, o filho mais velho, quando abriu a porta.
- Pensou que não sentiríamos sua falta?
- Calma, Henrique. Só fui até à casa da minha prima.
- E por que não nos levou junto? Sabe que estou com saudades dela...Há séculos que você não saía de casa...
- Eu...só fui dar um telefonema. Se tivesse sido uma visita planejada, levaria vocês. Jamais te abandonaria- disse Maria se convencedo de uma, até então, mentira- Eu te amo, filho.
- Eu também te amo, mãe.
Após esse acontecimento, o dia seguiu sua monótona rotina.
À noite, Maria botou as filhas mais novas, Gabriela e Luna para dormirem. Se despediu de Henrique, prometendo que explicaria depois para onde ía e caminhou até a Rua Sensal.
Mesmo no escuro, Maria distinguiu uma casinha roxa, com telhado escarlate e teve certeza de que chegara ao lugar certo.
Maria não precisou tocar a campainha, pois Guininvaldus abriu a porta no momento que pensou em fazer tal movimento.
O profeta era um jovem bonito, alto, loiro, forte e de olhos negros. Seria dado por um qualquer, se Maria não tivesse ouvido sua voz no telefone.
- Entre- disse Guininvaldus. Maria hesitou um pouco, mas entrou na casa do profeta.
- Sente-se.
- O-ob-obrigada...
- Suponho que você queira uma profecia- disse Guininvaldus pegando a xícara de chá apoiada numa cadeira ao lado.
- Não, exatamente.
- Claro...-disse Guininvaldua sarcástico.- É o que todos dizem. Sabe...eu vejo MESMO o futuro. Suponho que queira, então, conselhos sobre seus filhos, vida e o rumo que deveria tomar.
Maria estava de queixo caído- Como você sabe?
- Eu vi o seu futuro quando você tinha 10 anos. Mas sabe...o máximo que posso prever numa profecia são 20 anos.
- Mas você é tão novo, como pode ter visto tudo isso?
- Não questione meus disfarces. Apenas te garanto que não sou quem aparento...Então...Você quer ou não quer uma solução para sua vida?
Antes que Maria respondesse, súbito, uma voz velha se apoderou de Guininvaldus:
"A resposta para sua pergunta está num camponês cheiroso, moreno, de olhos verdes e vendedor de mexericas. O encontro entre vocês acontecerá quando se libertar do passado.
Nesse dia, viajará com o objetivo de visitar uma amiga sua. Quando parar no pedágio, um ônibus descontrolado que vinha trás de você desde Piracicaba, irá capotar, interditando a passagem."
Guininvaldus voltou à sua "antiga" voz:
- Maria, não posso ver mais que isso.
- Por quê?
- Há uma gigantesca nuvem negra me impedindo de ver além.
- O quê?
- Isso é um adeus, filha. Espero ter te ajudado com algo- falou o profeta empurrando a cliente para a porta- Boa vida!
Maria saiu de lá sem entender nada. Mas se sabia de uma coisa, era que por mais incoerente que fosse a profecia de Guininvaldus, ela estava correta. Lá no fundo, ela sabia, e queria viver para ver isso acontecer.

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